As empresas familiares são uma constante no ramo de segmento de reforma de pneus. São gerações e gerações de famílias que se sucedem na administração do negócio, sempre buscando manter a tradição, o reconhecimento e excelência. Mas as empresas familiares muitas vezes atravessam problemas exatamente na hora da passagem do bastão.
É o que explica Domingos Ricca, sócio diretor da Ricca & Associados, consultoria especializada em auxiliar empresas familiares no processo de sucessão. “Se o fundador tiver três filhos e cada filho também tiver três filhos, na terceira geração serão nove herdeiros para dividir os lucros, sendo que na primeira geração, muitas vezes, era somente o casal para tocar os negócios e colher os frutos de seu trabalho”. E esse é apenas um dos problemas. Segundo o consultor, outra questão complexa é a disputa pelo poder, ou a falta de preparo dos herdeiros para tocar os negócios. “Estes são os principais fatores de mortalidade dos negócios familiares”, complementa.
É por esses e outros problemas que as empresas familiares pedem uma atenção toda especial na hora da sucessão. Isso porque, há a necessidade de se preservar os valores e a cultura dos fundadores, mas também é fundamental estabelecer controles e ferramentas de gestão, que permitam que a empresa se mantenha profissionalizada. “Os empreendimentos familiares sofrem muitas vezes com a morte prematura por problemas como esses, mas há algumas orientações que podem salvar seu negócio.
Por isso, separamos algumas dicas da Ricca & Associados para ajudar as empresas familiares a se perpetuarem de forma sólida e com uma administração eficiente. Confira:
A família e o profissional:
Competência: ao tratar de negócios é preciso que haja a consciência profissional de que, para atuar em determinado cargo, é necessário ter capacitação suficiente para isso. Ou seja, a empresa não é uma extensão do lar, portanto, as relações devem ser profissionais, com cobranças de resultados, metas estipuladas, os cargos devem ser ocupados por quem possui o perfil da vaga ocupada (sendo o colaborador parente ou não).
Como realizar a sucessão:
Preparação: assim como em qualquer outra empresa, o poder da administração não muda de um dia para o outro. Antes de trocar a liderança ou qualquer outro cargo, muitas avaliações e nomes são cotados para ocupar o lugar que será cedido para quem estiver mais de acordo com o perfil.
Em uma empresa familiar não pode ser diferente. É preciso dar tempo ao tempo e é muito importante que o processo seja realizado na presença do fundador, pois ele exercerá o papel de mentor do seu sucessor.
O sucessor deve possuir o perfil do cargo que irá assumir, bem como o da empresa (valores compatíveis).
Os pilares da sucessão:
Palavra/Credibilidade: palavra é a única ferramenta que o fundador possui como forma de garantia quando funda seu próprio negócio. É na palavra que está concentrada sua credibilidade. É importante transferir isso para a geração seguinte, pois as confianças que os clientes e fornecedores depositavam no fundador, irão depositar no sucessor.
Perseverança: Não desistir nunca, ter força em seus objetivos. Esse é um dos segredos para o sucesso.
O Fundador enfrentou crises e problemas para estabelecer sua empresa no mercado e essa experiência o sucessor deve conhecer, pois isso irá lhe proporcionar dar mais valor ao negócio familiar.
Liderança/Carisma: Esses pontos são os únicos que o fundador não consegue transmitir ao herdeiro, pois são características individuais e formadas de acordo com a trajetória de cada um. Resta ao sucessor, traçar o seu próprio caminho e respeitar o seu estilo particular.
Cultura: A cultura da empresa está baseada naquilo que o fundador criou, e é a essência e os valores daquela pessoa. O sucessor deve entender e respeitar esses pilares e se adaptar a empresa, jamais o inverso.
Conflitos e Convergências:
Ao mesmo tempo que pode haver uma harmonia muito positiva, provinda de uma mesma cultura que sempre foi transmitida pela família, carregando valores e princípios similares, existem desafios que a intimidade provoca.
Para evitar esse tipo de problema, é fundamental ter uma Governança Corporativa que, por meio de um Conselho de Administração, minimizará os conflitos a fim de não por em risco a vida da empresa.
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